Mesmo que de forma um tanto tímida, a campanha eleitoral começa a tomar corpo em Santa Maria. Os cavaletes aparecem nos canteiros de ruas e avenidas, e cabos eleitorais disputam a atenção do eleitor que passa pelo centro da cidade. Na manhã do último sábado, a militância formou um corredor sob o Viaduto Evandro Behr. Pelo menos 20 pessoas panfletavam e tentavam convencer os eleitores que passavam pelo local em votar em seus candidatos a deputado estadual e federal, a maioria deles de Santa Maria.
Com a proximidade do pleito, que deve esquentar a partir da propaganda no rádio e na TV, que começa no dia 19 de agosto, as ruas vão ganhando as cores dos candidatos que buscam uma vaga no Executivo ou no Legislativo.
_ É o preço da democracia. O menor deles, eu diria _ disse um eleitor que observava a disputa de espaço no Calçadão.
_ Coloca aí na matéria que esse pessoal não pode ficar ali dificultando o trânsito das pessoas. Isso é falta de educação _ reclamou um senhor que também estava no local.
Observações distintas à parte, o burburinho eleitoral ainda engatinha nas ruas da cidade, se comparado ao agito da eleição municipal de 2012. Apesar da timidez presencial nas ruas da cidade, a campanha deste ano deve ser a mais cara da história, conforme informações do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A previsão de gastos dos principais candidatos à Presidência é 100% maior do que na eleição de 2010. PT, PSDB, PMDB, PSB e siglas menores devem desembolsar, juntas, quase R$ 1 bilhão. Há quatro anos, esse valor era de cerca de R$ 450 milhões, enquanto que, em 2006, não chegou a R$ 180 milhões.
Somente os seis candidatos a deputado federal com domicílio eleitoral em Santa Maria apresentaram previsão de gastos que somam cerca de R$ 11 milhões.
Mais raros, cabos eleitorais são disputados por partidos
Por R$ 700 mensais, uma aposentada trabalha seis dias por semana como cabo eleitoral.
_ Ajuda a complementar a renda, né? A gente tenta convencer a votar nele. É divertido _ conta a entusiasmada militante.
Mas pessoas como ela são cada vez mais difíceis de se conseguir.
_ Tem pouco desempregado. Então, fica complicado encontrar alguém para trabalhar com a gente _ explica um integrante da coordenação de um candidato a deputado federal.
Essa tese é referendada pelo cientista político Ricardo Ismael, da PUC-RJ. Segundo ele, o alto índice de emprego e o aumento de renda torna mais cara e difícil essa mão de obra.
Está bombando nas redes sociais
Na disputa ao Planalto e ao Piratini, as redes sociais são um verdadeiro campo de batalha. Candidatos usam o espaço, inclusive, com a contratação de equipes especializadas, para tentar convencer o eleitor, principalmente o jovem. Os nomes de Santa Maria no pleito também estão na rede. A maior parte dos candidatos, principalmente os com maior densidade eleitoral, possui páginas próprias na web e atuam com força nas redes sociais.
Em pelo menos seis casos, principalmente no Facebook e no Twitter, o perfil do candidato provavelmente é abastecido por pessoa com conhecimento no assunto. Um desses nomes chega a ter 57 mil curtidas em sua página no Facebook.
_ A gente profissionalizou. É um canal com potencial para apresentar o nome do candidato a um público vasto e que não o conhece _ justifica o comando de campanha de um nome que concorre à Assembleia.
Além da internet, o celular se tornou alvo da ação dos candidatos. Torpedos pedindo voto para nomes de diferentes siglas já começaram a bombardear os santa-marienses.
O Brasil vem ganhando destaque nesse cenário. Um estudo, de junho, do Instituto Reuters de Jornalismo, da Universidade de Oxford, feito com 18 mil pessoas em 10 países, revelou que o Brasil ocupa o primeiro lugar no uso de meios digitais. Pesquisa feita pelo Ibope, a pedido do governo federal, apontou "
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